Cresci com um cão que brincou comigo quando éramos ambos crianças. Durante a adolescência ele lambeu as minhas lágrimas quando eu estava a sofrer por causa do meu primeiro amor. Chorei por ele quando ele esteve gravemente doente,
cuidei dele quando ele voltou para casa. Deitava-o comigo para que ele conseguisse descansar e ficava muitas vezes de vigia à noite, sem ninguém saber para ter a certeza que ele estava bem.
Brincávamos às escondidas, jogávamos à bola, dormimos na mesma cama, enroscou-se em mim nas noites frias enquanto eu ficava a ler, partiu-me um telemóvel porque me sentei no sofá dele...
Ele sempre me procurou. Agora sou eu que o procuro, ajoelho-me junto a ele e abraço-o.
Ainda agora quando vou a casa dos meus pais
é como se estivesse com um irmão mais velho que acaricio e abraço.
Quando ia de férias ligava todos os dias, confesso que a minha prioridade não eram os meus pais, mas sim ele.
Ele está sempre em primeiro lugar.
Ele está velhinho, cego, surdo, e não o amo menos por isso, amo em dobro. Aliás este amor
só cresce por ver como ele me reconhece e fica feliz por me ver.
Adoro ver como ele, dentro das suas limitações tenta ensinar a Becas...
As coisas que ela já aprendeu com ele apesar dos 16 anos de diferença são muitas... A maneira como a Becas o acompanha, ladra para o irmos ajudar quando ele cai, ou o segue é das coisas mais bonitas que um ser humano com um verdadeiro coração pode ver, pois muitas vezes os próprios filhos ignoram os pais, mas
estes dois animais de gerações diferente ajudam-se pois fazem parte da mesma família humana que os acolheu.
O Fredy é uma parte de mim tão grande que
o meu coração vai partir um dia que ele já não estiver entre nós. O meu coração vai mirrar, e
mirra todos os dias só por saber que com a idade dele já é uma sorte estar entre nós a cada dia que passa.
Ele é o meu
melhor amigo, e o verdadeiro amor da minha vida.
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Etiquetas: amor, animais, animais de companhia, primeira pessoa